E o tempo e o nada
e farelos feito lembranças descascadas como tinta em barcos na praia onde dunas eternamente ventos
assobiam o uivo infinito de dores que o tempo não tira. Algo sombra, coisa encardida. Como um
embrulho de jornal que perdeu seu sentido e a gente carrega, carrega como
lágrimas calcinadas em uma saudade que já não é. Feito um sísifos manchado por
estranha esperança. Tudo tão dor sem lastro, sem mais por que. E, talvez, um
estilete com corte preciso para sangrar. Criar dor para curar a dor .Como se a
insanidade fosse elixir. Era preferível.
A loucura a dor. O desvario todo, o delírio incontido que pudesse abafar
feridas e nem ser cicatrizes. Sangrar até enlouquecer para velar a memória.
Para esquecer. Para descansar da existência como uma morte...
...E o barco e o
mar e os fragmentos de brilhos, lembranças de luz, de sombras, de idéias vagas
como as ondas, como a fala da brisa desenhando o mar. Brisa do ser desvelando o
mar: História de cada um! Como o barco que vaga como a vida e seus silêncios,
como a consciência no mundo que vaga como tudo, entre dores, entre lágrimas e
perplexidade. E o riso, areia fina desta ironia: o non sense como brincadeira
do existir... e tudo que desbota para aflorar o nada! Calmamente!
Um comentário:
Gostei muito do texto,nobre poeta!
Só nos pertence realmente aquilo que interpretamos.Apenas retemos aquilo que tenha vindo de nossas experiências, análises e inspirações.
Parabéns!
SMKB/POA/RS
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