terça-feira, maio 06, 2008

E VAI PELAÍ....



“Ser Homo sapiens implica ser igualmente demens”

(Edgar Morin)
(por que, então, a categoria do demens é "de menos"? )


A NEGAÇÃO AO DELÍRIO É PRÓPRIO DE UMA CULTURA ENDURECIDA POR UMA ESPÉCIE DE RACIONALIDADE

Agora eu quero o delírio e o espaço mínimo “entre” a logicidade, resquício de qualquer formatação racional : explicatio é morbidez!

Digo entre por que é ainda preciso algum contato entre as lógicas instituídas e o meu viver. Veja! Se não a tenho como vou escrever? Explicatio cansa!

Quero o delírio-imaginação-êxtase sim! Lugar nem tão meu: porão atávico de qq in-consciente coletivo ou seria “corretivo”? O pânico para com o demens criou monstros: lógicas objetivantes, alvojantes: a meta é a clareza! Ah! iluminismo: Exílio de nós mesmos! Perdida a perspectiva do dionisíaco toda terapia nos subtrai: viver mais num menos. É proibido transbordar. Explicatio é economia: forma forca. Diminuir a distância, espremer! Incluso o (nosso) pescoço, imobilizar o corpo pelas chaves já idéias-de-não-fenda: elas não abrem.Só fecham! Trancafiam certezas. Internalizam o fermento de uma ética goma. O corpo endurecido, o desejo idem: fornicar assim pode, assado não! Delirar assim pode. Assado não. Onde se viu? Delírio com permissão é delírio? Não! é pseudós (que é algo primo da caricatura, algo como aproximação da verdade.. mas não é falso.)

Procurar a conexão delírio-criação–prazer: eis o q nos redime: só o êxtase nos trás a miragem do eterno camuflando nossa finitude. Menos que isto: mergulhar! Muito ao contrário de Bachelard (sic! pela rima!): não procurar a metafísica da noite no além sonho.

Mergulhar sem busca: eluzcidação lisérgica! (Sem LDS). Não confundir com vômitos alucinatórios.. Explicando: sentido non sense! Sentido sem lógica. Fragilização da estrutura perante o maravilhoso!! Obrar a obra de arte sem obra!

Explicatio também é delírio, o outro, o tremens. Cala frio! Mas o tremens é manía (LOUCURA). O explicatio é oscilatório: certeza vã! Quebradiça. O demens não se quer forma para perdurar no tempo. Quer perdular o próprio. O demens quer delírio sem tremens. Ou até com. Sei lá!!


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