domingo, setembro 07, 2008

GRAMMATA

E a noite, luz do indito,

prenhe de silêncios que ainda serão. Tal sonhos e os porquês que nos assombram.

Sempre.

E a noite?!

A miragem do eterno. Vontade incandescente que se desmancha em finitude. Para calar a fraude do viver!

Ilusão fecunda.

Ah!

Deixar-se. Como querer abandonar?

E tudo que escorre. Flui.

Até.

Encontro do nada com a delícia do não.

O limite.

Idéia que vaga na medonha fragilidade deste enorme não.

A morte.

Sempre.

Como o vento e a areia caligrafando o mundo: consistência efêmera dos segundos. E o abraço perene que não virá. Como queríamos. O desejo terno do eterno retorno.

Falso lastro, miragem-garantia.

Significar o aí:

Deixar rastro.

Como nos cai bem a eternidade!

E o mar, espelho tingido de céu, desenhado em manchas.

Como que só estas soubessem o sentido.

Deusas.

E tudo que perdura, troca, infinitiza.

Por entre sutilezas dos signos que se acariciam.

Permutando sensos, engenhando sonhos.

E tão somente ali nos é dado a viver:

Na sina de Hermes.

Mentira do desocultar.

Como que de sempre em sempre haveria profundidade.

(Nome aos bois: tal vacuum, o ontos!)

E a memória insana de querer petrificar.

Adular o tempo com o perpétuo: quando o eterno é ausência daquilo que nos foge!

E, talvez, só na beira do abismo haveremos de compreender que não há mistério, senão superfície:

O outro nome de um jogo de espelhos.

Cabedelo /09/08

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