sábado, setembro 24, 2011

escritura da miragem

E o tempo e o nada e farelos feito lembranças descascadas como tinta em  barcos na praia onde dunas eternamente ventos assobiam o uivo infinito de dores que o tempo não tira.  Algo sombra, coisa encardida. Como um embrulho de jornal que perdeu seu sentido e a gente carrega, carrega como lágrimas calcinadas em uma saudade que já não é. Feito um sísifos manchado por estranha esperança. Tudo tão dor sem lastro, sem mais por que. E, talvez, um estilete com corte preciso para sangrar. Criar dor para curar a dor .Como se a insanidade fosse  elixir. Era preferível. A loucura a dor. O desvario todo, o delírio incontido que pudesse abafar feridas e nem ser cicatrizes. Sangrar até enlouquecer para velar a memória. Para esquecer. Para descansar da existência como uma morte...
...E o barco e o mar e os fragmentos de brilhos, lembranças de luz, de sombras, de idéias vagas como as ondas, como a fala da brisa desenhando o mar. Brisa do ser desvelando o mar: História de cada um! Como o barco que vaga como a vida e seus silêncios, como a consciência no mundo que vaga como tudo, entre dores, entre lágrimas e perplexidade. E o riso, areia fina desta ironia: o non sense como brincadeira do existir... e tudo que desbota para aflorar o nada! Calmamente!

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei muito do texto,nobre poeta!
Só nos pertence realmente aquilo que interpretamos.Apenas retemos aquilo que tenha vindo de nossas experiências, análises e inspirações.
Parabéns!
SMKB/POA/RS