domingo, abril 12, 2009

inventário da perda ou teoria da desilusão

Gomorra - o olhar para trás - não é o castigo, mas a lição: rebuscar a Memória daquilo (e naquilo) que se foi é perder o futuro. A vida, se posta assim, é o sal que a terra não quer. O que se desmancha pode ser uma ilusão. O sentido é duplo . Quase espelho: o olhar se desmancha em sal como a ilusão dentro do tempo.
Olhar para trás é tentar reter a imagem –retina endurecida- no que já se foi: o que decorre é a farelização do algo que já não temos ou do temor que não há mais algo. O sal também é sina, talvez, signo: o branco joga duplo: cega o olhar e esteriliza. Negando o frutificar. Topos do vir a ser.
A ilusão perdida é tempo passado: inútil permanecer na memória do que não chegou a ser. E tudo que se quer é o futuro como certeza: olhar miragem para frente. Mesmo miope, uma ilusão que não se esfarele!

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